quinta-feira, 29 de maio de 2008

Me lambe


Pensando bem, as mulheres deveriam ser como os cachorras.

Nossa, seria uma maravilha se como as cadelas elas só entrassem no cio de seis em seis meses. Sem aquele negócio de ficar toda hora sangrando, indo no banheiro, vazando.

Outra coisa, se elas fossem como as cachorras, também nunca iriam cobrar nada por uma lambida, e não importando o quão sujo ou estranho fosse o lugar a ser lambido. Elas lamberiam e pronto, delicioso.

Ah, e tem mais: viriam sempre abanando o rabo pra gente sem ninguém pedir. Seria uma coisa natural: andar e abanar o rabo. Que maravilha.

Mas peraí, acabo de lembrar uma coisa maravilhosa: cachorros só andam de quatro. Entendeu a mensagem subliminar? Com elas de quatro teríamos alguém sempre aos nossos pés, sempre pronta para o coito, para a cruza, para ficar engatada com a gente até alguém jogar água quente. Que delícia.

E depois, também poderíamos adestrá-las. Ensinar pegar a bolinha, fingir de morto, buscar cerveja na geladeira, chupar ossinho na hora do futebol, etc.

Mas acho que o principal mesmo vem agora, porque se as mulheres fossem como as cachorras, elas durariam no máximo 20 aninhos cada uma. E isso sim seria uma mão na roda para nós. Poderíamos a cada 20 anos pegar uma cacho... digo, mulher nova e não sentir um pingo de ressentimento por isso. Ah, e os filhotinhos também nunca ficariam com a gente. Nada de pensão alimentícia, nada de sogras, nada de buscar filho na delegacia por porte de maconha, etc. Só alegria.

Aí, de repente, todas furiosas, me perguntam: mas e se os homens fossem como os cachorros, como seria? Bom, na verdade, ainda não pensei muito bem sobre isso. Mas acho que vocês também iriam adorar.

Afinal, se os homens fossem como os cachorros eles seriam fiéis. E eu não tenho a menor dúvida que às vezes vocês só agem como cachorras por causa disso: por saber que cachorros são fiéis, mas homens não.


terça-feira, 27 de maio de 2008

Preciso de abraços, mas não posso pagar muito caro

O medo de perder minha virgindade anal na parada gay deve ter sido tão grande, que já estou há três dias sem conseguir fazer coco. Meu cu não quer conversa de jeito nenhum. E olha que só ando comendo coisas super gordurosas, bebendo bastante cerveja e mandando, todo dia, no mínimo dois torresmos pra dentro na hora do almoço. E nem assim tá dando certo. Travei o cu literalmente.

Até tentei dar uma cagadinha agora há pouco mas não consegui nada. Quando comecei a sentir as dores do parto, parei.

O pior é que tinha reservado essa noite não para falar de cus, mas para falar de amor, do meu coração. Mas parece que não tem jeito, amor e cu são pautas que sempre me acompanham, e sempre ao mesmo tempo.

Talvez porque amar seja na realidade um cu. A gente cria um monte de expectativas, investe, acredita, sofre e depois, adivinha? Toma no cu, claro.

É assim que me sinto neste instante: tomado no cu. Parece que mais uma vez errei de buraco. Pensei que tinha encontrado alguém que ia até dar um puta colorido na minha biografia, que me tornaria numa pessoa melhor, mais confiante. Mas nada feito. Tomei no cu mesmo.

E assim, mais uma vez, exatamente às 00h06, me encontro sem a esperança de encontrar um grande amor e sem vontade de ir ao banheiro.

Definitivamente, tem coisas que só acontecem comigo. E não dar certo no amor é uma que acontece sempre; desde que minha mãe, num dia em que também estava com o intestino preso, precisou fazer um pouco mais de força e tum: caí de cabeça na privada.

sábado, 24 de maio de 2008

Cena 2

Sala de estar, com aparelho de som tocando My way do Frank Sinatra, a pedido do meu pai, que está sentado no sofá, emocionado.

De repente, entro na sala e digo:

- Vi umas panelas novas no armário... Foi você que comprou?

E ele respondeu:

- Sim... E se elas durarem alguns anos, serão as últimas panelas que comprei nessa vida.

Finda a música, finda a vida.

Cena 1

Sala de estar, com tv ligada e meu pai amoroso assistindo o telejornal.


Áudio da tv, Willian Boner:

- Parada Gay este ano tem tudo pra bater mais um recorde histórico.


Comentário do meu pai:

- O certo era pegar esses caras, enfiar num navio, levar pro meio do oceano e jogar tudo no mar.


Ps- Será que eu conto pra ele que vou na Parada?

sexta-feira, 23 de maio de 2008

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Assistam antes de morrer

Invasões Bárbaras

Segundas ao Sol (ou como Los lunes al sol)

Na natureza selvagem (ou como Into the wild)

Corrente do Bem (ou como Pay it forward)

Bin Jip (ou como Hierro 3 ou A casa vazia)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Nunca mais consegui dizer uma palavra doce. Aliás, doce hoje é só uma droga que nunca fez efeito em mim.

Estou com saudade de encaixar uma frase bonita, principalmente se depois eu tivesse pra quem recitar. Enfim.

O saldo por aqui anda negativo demais. Tenho ensinado umas pessoas a se divertirem, a chegar mais próximo de seus limites, mas eu mesmo estou meio à toa. Claro que é gostoso ser querido, mas não é assim que funciona a máquina de diversão. Nem no parquinho se ganha ursinho toda vez.

Deve ser por isso que ando meio esgotado. Dou ursinhos demais. Abro mão do meu caminho só pelo prazer de mostrar um novo pra outra pessoa.

Nossa, onde será que eu estaria se tivesse passado no vestibular pra filosofia? Tô chato demais, eu sei. É que minha função no mundo é um pouco essa. Alguém precisa reclamar, não é mesmo?

Esse papo de ordem e progresso não funciona. Progresso só existe com desordem, acho que com isso concordamos todos. Até pra tirar a virgindade de alguém a gente precisa desobedecer e avançar. Essa é a lei: ordem é regresso.

Aliás, se deus me desbloqueasse no MSN tudo seria mais fácil. Mas ele é cuzão, fica escondendo o meu futuro de mim. Até entendo que no fundo ele esteja querendo que eu encontre meu caminho sozinho e sinta o verdadeiro prazer de existir e se sentir completo. Mas deus é um puta falso democrata: finge que me dá liberdade, mas depois tira tudo.

Deus, o negócio é o seguinte: a próxima vez que eu receber um Spam do Enlarge your pênis, vou mandar ele pra você. Quero ver como você vai se livrar dessa.

domingo, 18 de maio de 2008

quarta-feira, 14 de maio de 2008



Acabo de decidir mudar o mundo. Talvez dê um pouco de trabalho, mas vou tentar.

Claro que não garanto conseguir e muito menos começar isso agora. Mas por que não?

Se todo mundo fizesse apenas uma coisa boa amanhã, teríamos mais ou menos 6 bilhões de coisas boas acontecendo amanhã, em um dia, com um gesto.

Esqueçam. Acho que essa bebida tá batizada. Vocês não fazem porra nenhuma e eu também não faço, nem por mim.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Depois de ter saído da pensão de madrugada só pra comprar farinha e whisky, não duvido de mais nada que venha de mim.
Bom, pelo menos matei a vontade de todas minhas lombrigas. Fritei meio quilo de cação e me esbaldei. Mas o mais legal mesmo foi a cara do Caixa do supermercado. Ele deve estar se perguntando até agora sobre o que uma pessoa pode fazer com um litro de whisky e um quilo farinha aquela hora da madrugada. Enfim, tô contanto isso pra fugir dos meus vexames. A garrafa que eu comprei em homenagem ao texto anterior já não existe mais. Mas eu juro que não tô bebendo muito, é que eu tô vivendo pouco.

sábado, 10 de maio de 2008

*:{}

Sim, eu comprei um litro de whisky para presentear a melhor reposta da promoção “to carente pra caralho, e daí?” com o melhor de mim.

Quer dizer, não vou dar o meu litrinho pra ninguém, só vou oferecer minha alma através de seu efeito. E que efeito maravilhoso. Jesus fez o vinho, mas também deve ter dado uns palpites no maltado.

De qualquer maneira, é hora de premiar. Eu até ia informar o prefixo da ganhadora, mas foda-se. Isso não ia mudar nada.

Bom, pelo menos preciso dizer qual foi a frase vencedora. Porém, acho que isso tiraria a graça. Melhor só dizer isso depois que tudo já tiver sido dito.

E o que tenho pra dizer é sobre uma pessoa muito especial. Tão especial que ainda nem me masturbei por ela. Não que ela não mereça tal homenagem, mas pessoas especiais requerem punhetas especiais e ela só merece o meu amor e não o meu sexo.

Enfim, deixa eu pensar uns segundos enquanto o gelo gela o meu próximo drink. Isso fará toda a diferença nesse discurso, pode crer.

Bom, já deu pra perceber que a vencedora do concurso é uma mulher. O que não dá pra perceber nunca é que uma pessoa sem o menor interesse sexual em mim possa me tratar tão bem. E ela trata. Às vezes parece minha mãe, às vezes minha irmã, mas é acima de tudo uma amiga e que sei que posso contar a qualquer hora. Sorte dela que ando meio fora do ninho, senão já teria dado um pouco de trabalho pra ela.

Mas o que interessa mesmo é o amor que ela também sente por mim. Não que eu mereça algum tipo de atenção, mas ela já conseguiu ver que por trás dessa porcaria de gente, há uma pessoa pior e muito melhor. Uma pessoa que sonha ser inteira e que não é por algum motivo inexplicável. Por algum motivo que nem a psiquiatria possa descobrir. Até porque psiquiatras só servem pra assinar receitas de dormonid, e isso eu tenho de graça felizmente e infelizmente. Felizmente porque já fui feliz com eles, mas infelizmente porque já fiquei broxa com eles. Mas independente de tudo, eu fiquei feliz e isso devo ao remédio. Eita remédio bom. Você toma e começa sorrir.

Bom, mas o assunto é outro. Qual mesmo? Sei lá... deixa pra lá... amanhã tento...... vai tomar no cu todo mundo...adoro. kiss

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Sexta-feira

Tom Waits
Uma Brahma
Uns amores na cabeça
Uma tristeza no peito
Uma esperança melancoólica
Um riso bobo
Um bocejo
Outra Brahma
Outros desejos
Outra vida

terça-feira, 6 de maio de 2008

Promoção “Tô carente pra caralho, e daí?”


Para participar é muito fácil.

Mande uma mensagem de texto para 11 9619 6860, respondendo a pergunta: Por que o Blog Oral Sem Frescura faz parte da sua vida?

O autor ou autora da frase mais criativa vai ganhar um texto exclusivo no Blog falando sobre sua vida ou sobre um tema à sua escolha.

Não perca tempo e participe. Promoção válida só até 09/05/08.


Regulamento:


1. Esta promoção destina-se somente a pessoas residentes e domiciliadas no planeta terra.
2. Fica terminantemente proibida a participação de meus inimigos, bem como seus ascendentes, descendentes e cônjuges.
3. A verificação do ganhador será feita através de sistema próprio, sendo de caráter irrevogável, ou seja, sem o desperdício de vogais.
4. O prêmio não poderá, em hipótese alguma, ser trocado por bebidas ou drogas, e não adianta insistir.
5. A participação nesta promoção implica na aceitação irrestrita da utilização do seu nome, seus podres, suas fotos e sua vida medíocre.

6. Eventuais questões omissas serão resolvidas em um “cara ou coroa”, sem a presença de um auditor.

7. A divulgação do vencedor será feita no dia 09/05/08, sexta-feira, depois que eu chegar de algum happy hour (geralmente chego só no dia seguinte, mas ok).

Boa sorte.


domingo, 4 de maio de 2008

Homo-prazol

Que o dono da pensão onde moro é gay, nós já sabemos. Que ele traz garotos aqui pra casa pra transar, nós já sabemos. Que ele pendura no varal cuecas manchadas de esperma, nós já vimos. E que ele geme baixinho em seu quarto quando está acompanhado, nós já ouvimos.

O que ninguém sabe, mas que ando desconfiando, é que ele sente tesão em ficar observando no lixo do banheiro restos de papel higiênico usado, sujos de bosta.

Todo mundo aqui da casa já o aconselhou a nem colocar cesto de lixo no banheiro, pois os papéis de hoje em dia são feitos para não entupir o encanamento e a pressão da descarga da casa é muito boa.

Porém, ele insiste que não liga em ter que ficar recolhendo o lixo todos os dias do banheiro e que ainda aproveita para queimá-los na casa de seus pais.

O problema é que tudo isso soa como uma desculpa descabida demais. Não consigo enxergar nenhum cunho social em levar papel higiênico sujo de bosta pra casa dos pais.

E tem mais: não é possível que dê pra reciclar os restos de feijoada que o Massinha, morador podre aqui da casa, deixa em suas amostras fecais.

Tenho certeza que qualquer dia desses, quando estiver entrando no banheiro sem fazer barulho, vou pegar o dono da pensão com algum pedaço de papel higiênico na mão, cheirando-o como se fosse um botão de rosa. Que merda.

A única coisa positiva nisso tudo é que podendo ver diariamente as manchas de merda que o pessoal deixa nos pedaços de papel higiênico, vejo que não sou o único a ter gastrite nesse mundo. Sou capaz de afirmar que 90% da casa sofre com problemas gástricos.

Como eu sei disso? Muito simples. Pessoas com gastrite, úlcera e afins cagam na cor preta ou em tons de cinza. Aquele marrom vivo, bonito, característico dos cocos desaparecem totalmente quando você está com algum problema no estômago.

E é por isso que já estou na minha segunda caixa de omenprazol tentando me curar. Meu coco ainda não recuperou seu tom original, mas quando isso acontecer espero já estar cagando em São Paulo.

Que saudade de cagar na terra da garoa.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Diabetes, leucemia, saudade


Não há mais dúvidas: o meu esperma é doce. Se não fosse, a cueca que acabei de recolher do chão não estaria cheia de formigas.

E o pior ou melhor é que só posso ter herdado toda essa doçura de uma pessoa no mundo: minha avó.

Não existiu ser humano mais especial por aqui. Minha vó foi uma pessoa tão brilhante que antes de morrer ela teve a idéia de escrever uma carta pra Jesus.

Com uma letrinha quase ilegível de uma pessoa já esquecida das palavras, a cartinha continha uma espécie de conversa entre ela e Jesus. Ela dizia com muita intimidade que estava muito agradecida pela vida que tinha tido, por sua família, seus netos e que já estava pronta para partir, pois considerava que tinha cumprido sua missão na terra.

O curioso é que a carta só foi descoberta dias após sua morte, quando minha mãe mexia nas coisas dela. A carta estava guardada dentro da sua bolsa, bem dobrada e, talvez, só esperando que alguém lhe tivesse dito qual era o cep do céu.