Andam dizendo por aí que o MSN vai acabar.
Pois bem, se isso realmente acontecer, eu gostaria
de confessar que vou ficar triste.
Não porque ele continua sendo uma ferramenta de
comunicação útil pra mim hoje em dia. Mas por tudo o que eu e ele já passamos
juntos.
Nesse sentido, acho que todos nós temos certa
dívida com o MSN.
Ele pode não ter sido tão importante quanto a
invenção da pílula, mas a verdade é que se não fosse ele, muitos encontros,
relacionamentos, festas e amizades, teriam sido apenas um "eu ia te
ligar".
Afinal, ele era o nosso telefone que não cobrava
pulsos. Era a conversa que a nossa mãe não podia ouvir. E quando começo a
lembrar de tudo o que já escrevi, confessei, ouvi, compartilhei, aí meu
coração aperta mesmo.
Pelo MSN adquiri e construí amizades impossíveis;
me declarei para inúmeras garotas; terminei namoros; levei foras traumáticos;
morri de rir com amigos; e, como todo filho de deus, também transei pra
caramba.
Afinal, não tenho porque negar. Fiz e faço parte da
geração que ajudou a desenvolver a técnica de digitar e se masturbar ao mesmo
tempo.
Não importava se a garota era uma nova vítima ou
uma velha amiga. Se o papo esquentasse por algum motivo, a gente já tirava o
pau pra fora e mandava bala.
Quando não era isso, eram as garotas que trazíamos
das salas de bate-papo. Era só ter um pouco de talento para trazê-las para o
MSN e pronto: dali pra frente, o prazer já estava garantido... E sempre tentando
sentir prazer através de alguns gemidos virtuais.
Enfim, entre tantas outras coisas, com o MSN aprendi
até a escrever melhor. Isso mesmo. Porque não faço e nem fiz parte dessa
geração de merda que só fala miguxxxa e tipo tipo tipo tipo tipo .... Tipo o
caralho! Bom, deixa pra lá...
Só queria dizer que com essa merda toda de MSN descobri
também que eu não era a única pessoa no mundo que tinha problemas para desabafar.
E que um “eu te amo” não precisava ser dito apenas para aqueles nossos amores
impossíveis.
É por essas e outras que no dia em que o MSN
acabar, eu vou mesmo ficar triste. Porque com ele vai embora muita coisa que a
gente viveu... E que como um castelinho na areia nunca mais vai voltar.