terça-feira, 22 de abril de 2008

Observante

Ter lavado meu cabelo com sabonete íntimo até que deve ter causado algum efeito positivo na minha cabeça. Nada mudou quase nada, mas estou mais feliz.
Rever meus amigos traz uma energia que só encontro neles e em São Paulo. Talvez seja alguma coisa que vem da vodka da casa deles, sei lá.
Só sei que São Paulo é uma coisa meio inexplicável. É o único lugar do mundo com a bondade chover apenas por 5 minutos durante um sábado só pra não estragar a noitada de ninguém. Mas ao mesmo tempo é um lugar tão cruel que obriga milhares de pessoas feias andarem de metrô de madrugada só pra não estragarem as paisagens da cidade.
Parece brincadeira, mas não é. Isso é quase minha próxima tese sócio-antropológica: a incidência de pessoas feias no metrô é muito maior de madrugada do que em horários de pico.
Segundo meu espelho, pessoas feias têm sérios problemas com auto-estima, e isso afeta completamente o desenvolvimento de suas vidas.
É por isso que a gente encontra mais desses excluídos e auto-excludentes durante a madrugada, pois seus traumas e medos não permitem que eles consigam enxergar um mundo feito de oportunidades iguais para todos.
Sendo assim, todos se vêem obrigados a trabalhar muito mais do que a maioria e em subempregos, acordando sempre cada vez mais cedo, chegando mais tarde em casa e sofrendo cada vez mais.
Deve ser por isso também que pobre sempre tem cara de cansado. Mas essa tese eu só pretendo defender depois de deixar de ser um.

2 comentários:

Anônimo disse...

Você tem toda razão... ;o) bj

Anônimo disse...

Viado, vê se da próxima vez aparece em casa. Tinha cerveja dessa última vez, perdeu de tomar de graça.