segunda-feira, 30 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Bi
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Eu, que não sou árvore, acredito que uma amizade com gostinho de infância merece para sempre todo o amor que houver nessa vida. E, aqui na terra do nunca, ninguém sabe compartilhar tão bem este sentimento quanto você.
Feliz amigo secreto e público, eternamente.
Kiss
Pra quem não entendeu nada, acabei de achar um bilhetinho no meio das minhas coisas com esse recado rascunhado. Ele foi escrito no final do ano passado, em Ribeirão Preto (terra do nunca), para a minha amiga Fabiana, que o receberia e recebeu no amigo secreto da empresa.
Hoje, felizmente ou infelizmente, não estou mais em Ribeirão. Mas ela ainda continua por aqui, no meio das minhas coisas e do meu coração.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
O pintado
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Ele estava próximo da porta do trem. Camiseta apertadinha, cabelo arrumadinho, sobrancelha feita. Porém, ainda atrapalhando a passagem de quem precisaria sair do meio do vagão em direção à porta.
Já eu, estava sentado, mas já pensando em levantar e me aprontar para descer na próxima estação.
Foi então que eu levantei, desviei da primeira gordinha, encolhi as costas para não esbarrar na mulher que estava atrás de mim e, quando percebi, já era tarde.
Nesta tentativa de não esbarrar na mulher, acabei passando vagarosamente, e até de forma bem sexual, o meu pinto na bunda do cara da frente. Isso, aquele mesmo.
Na hora gelei e fiquei sem reação, inclusive a de me desculpar. Já ele não perdeu tempo em olhar para trás e dar uma conferida na cara do dono do pinto mais gostoso daquele vagão, eu.
A partir dessa situação, passei os próximos 40 segundos dentro do vagão completamente sem jeito e sem saber o que fazer, principalmente porque o cara, depois da pintada, ficava olhando para trás e me encarando a cada 5 segundos, como quem quisesse dizer: vai embrulhar ou vai comer agora?
Sorte que tudo passou muito rápido e em questão de segundos já me encontrava subindo as escadas em direção a minha casa.
Mas que fique pra vocês a lição: passar o pinto na bunda de gay, no metrô de São Paulo, não é uma boa idéia. Eles continuam se apaixonando rápido demais.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Mesmo assim, tentem descobrir como a autora forma novas palavras e novos significados usando o que já é dela e do poema.
Senhoras e senhores, sem autorização e sem perdão: Flavia Krauss, que vai odiar ver que eu transformei seu enorme talento num espetáculo.
Cadê[ncia]?
a[cla]mar a[cop]lado
cio sacro ca[l]ma cuatro ato
M[ed]usa, Manemolência, Menmosine
Uma ma(co)nha que ac(an)ha. Carlos Valini
Masturba/são T[es]ão in/tacto Ca[cha]ça que escorre,
Busc[et]a em vãos; vo[ra]zes. Vo[dk]as a[ti]radas. Re/Me[n]do de B[ur]aco.
Vai e vem, vomita em alguém (goza também). Vai e vem, volta veloz, me devora os nós. Vai e vem, volta, me esco[lt]a, tua escrita me faz bem, me deixa zen. Amém!
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Flashback black
Acabo de lembrar do dia em que me recusei a pagar 5 reais pra poder sair de uma zoninha lá da Augusta. Eu estava tão bêbado que cheguei a bater boca com a dona da zona, com os seguranças e com todos que tentavam evitar a minha saída.
A minha briga não era pelo valor. É que eles tinham dito quando entrei que não precisaria pagar nada - entrada franca. E depois quiseram me cobrar.
Bom, claro que no fim acabei pagando os cinco reais e indo embora. Mas o que me deixou mais puto na ocasião, é que eu tinha costume de sempre ir comer um hotdog na madrugada junto com a molecada que cheira cola lá no Anhangabaú. Não junto com eles, mas cercado deles.
Por incrível que pareça, eu não tinha medo de ficar ali entre eles. Primeiro porque sempre me encontrava completamente bêbado. Depois, porque nunca andei com nada de valor no bolso ou no corpo.
O que eu mais tinha medo mesmo era de descobrir uma intoxicação alimentar no dia seguinte. Aqueles hotdogs eram a expressão máxima da falta de higiene humana. Mas eu não tenho dúvida também de que eles só eram gostosos porque eram sujos, imundos e mega baratos.
Com um real, eu comia um lanche e ainda tinha direito a um copinho de suco de caju. Nossa, até salivei agora. Claro que eu esbanjava: sempre comia um na hora e outro enquanto subia a Augusta em direção ao Metrô.
Bons tempo aqueles. Me misturava entre a paisagem e o lixo e ninguém percebia.
Hoje, mesmo ainda tendo a escória no coração, já não me sinto parte daquilo. Todos os dias quando passo por lá, ainda vejo a molecada. Mas eles parecem muito mais selvagens agora.
Talvez, porque eu nunca mais tenha passado bêbado por lá.
Coisas da vida.
domingo, 8 de novembro de 2009
Endless Ressaca
Mas, perder o dia seguinte só poque ganhei tudo isso na noite anterior, não anda mais valendo tanto a pena.
Semana que vem, só vou beber o necessário para ter coragem de tirar a roupa no palco e pular em cima da mulherada. Nada além disso. Não insistam.
Só pra não ficar sem contar nada sobre a noitada de ontem, vou contar uma ceninha.
Estávamos todos num palquinho lateral dançando e empunhando nossos copos cheios de vodka com energético.
De repente, o nosso amigo Guto deixou o copo dele cair interinho em cima de uma coroa que dançava embaixo da gente. Lavou a velha.
Imediatamente, na intenção de tentar reduzir o estrago daquela situação, abaixei até a coroa e ofereci meu copo de vodka pra ela dar um gole.
E não é que ela aceitou, deu um gole e sorriu?
Só na Trash mesmo.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Pois é, anos atrás eu escrevia muito mesmo. Não tinha emprego, compromissos, planos... Nem ressaca eu tinha.
Meus dias eram apenas acordar, me preparar para o almoço e passar o resto da tarde me programando para alguma noitada. Era um tempinho duro psicologicamente, com muitas angústias, revoltas, etc. Mas muito gostoso também pela parte que me conectava ao diabo.
Hoje, posso dizer que os tempos e a minha situação mudaram bastante. Escrevo cada vez menos, bebo cada vez menos e sofro com ressacas cada vez mais.
Na verdade, estou doente. E isso já faz até um tempo. Mas, a grosso modo, sempre fui meio doente. Então não me sinto muito incomodado com essas limitações.
Claro que sinto muita saudade dos tempos em que eu tinha saúde pra encher a cara e ainda trabalhar no dia seguinte. Mas hoje isso nem tem feito mais sentido.
Lá no meu novo trabalho, ninguém está acreditando muito no que está vendo e muito menos no meu comportamento exemplar. Devido às minhas histórias que rondam por aí, eles acharam que estava indo trabalhar lá mais um daqueles publicitários drogados, com pouco tempo de vida.
Bom, sou quase isso. Mas só quase. Quem me conhece, sabe que dentro de uma empresa sou o funcionário mais cuzão e preocupado que existe.
Enfim, nem era sobre isso que eu queria escrever hoje. Assim como também não queria ter escrito nada saudoso, melancólico, nada. É isso: hoje, mais uma vez, eu não queria ter escrito nada.
Mas, ter um blog, é como ter uma esposa. Por mais que você tente evitá-la ou fingir que não tem nenhuma obrigação com ela, um dia você tem que deitar na cama, enfiar o pinto nela e fazê-la dormir. Bom, pelo menos é o que ouço por aí.
Boa noite.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
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Não há como evitar: mesmo sendo um deles, a convivência com pessoas pobres me causa inúmeras contra-indicações.
Quando entro no metrô toda manhã, o perfume do povo sempre me dá vontade de espirrar.
Quando vejo as unhas das mulheres pintadas com aquelas florzinhas, sinto vontade de vomitar.
Tatuagem com letrinhas japonesas me lembram paz, amor, família e idiotisse ilimitada.
Pessoas ouvindo música com Mp3 no último volume, me causam pena.
Jovens ocupando os bancos dos idosos me lembram porque nosso presidente é o que é.
Obesos e obesas segurando seus pacotinhos de salgadinho me fazem pensar em pena de morte.
Mulheres carregando mais de três filhos pequenos e ainda grávidas, me lembram a utilidade de um taco de baseball.
Sem falar do pedreiro com problemas de sudorese crônica; das mocinhas angelicais que soltam verdadeiras amostras de enxofre pela bunda; e das pessoas mal humoradas que se comportam como se estivessem andando pela primeira e última vez de metrô todos os dias.
Enfim, tem muito mais coisas que me irritam no povo, na pobreza e na ignorância das pessoas. Mas a verdade é que no fundo a maioria tem muito pouca culpa sobre a condição cerebral em que se encontra.
É tudo tão emburrecedor hoje em dia que não há como exigir muita coisa de um povo que é obrigado a acordar as cinco da manhã todos os dias pra ganhar um salário que não paga nem seus infinitos tratamentos de canal.
Mas, isso é o Brasil. E eu, como pobre que também sou, não tenho a menor disposição pra querer mudar ou melhorar nada. Apenas seguirei me incomodando eternamente com aquele cheiro pesado de pão de queijo que nunca sai da multidão.
Tudo culpa daqueles maltidos trailers e barraquinhas que só cobram um real por um punhado deles.