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Não há como evitar: mesmo sendo um deles, a convivência com pessoas pobres me causa inúmeras contra-indicações.
Quando entro no metrô toda manhã, o perfume do povo sempre me dá vontade de espirrar.
Quando vejo as unhas das mulheres pintadas com aquelas florzinhas, sinto vontade de vomitar.
Tatuagem com letrinhas japonesas me lembram paz, amor, família e idiotisse ilimitada.
Pessoas ouvindo música com Mp3 no último volume, me causam pena.
Jovens ocupando os bancos dos idosos me lembram porque nosso presidente é o que é.
Obesos e obesas segurando seus pacotinhos de salgadinho me fazem pensar em pena de morte.
Mulheres carregando mais de três filhos pequenos e ainda grávidas, me lembram a utilidade de um taco de baseball.
Sem falar do pedreiro com problemas de sudorese crônica; das mocinhas angelicais que soltam verdadeiras amostras de enxofre pela bunda; e das pessoas mal humoradas que se comportam como se estivessem andando pela primeira e última vez de metrô todos os dias.
Enfim, tem muito mais coisas que me irritam no povo, na pobreza e na ignorância das pessoas. Mas a verdade é que no fundo a maioria tem muito pouca culpa sobre a condição cerebral em que se encontra.
É tudo tão emburrecedor hoje em dia que não há como exigir muita coisa de um povo que é obrigado a acordar as cinco da manhã todos os dias pra ganhar um salário que não paga nem seus infinitos tratamentos de canal.
Mas, isso é o Brasil. E eu, como pobre que também sou, não tenho a menor disposição pra querer mudar ou melhorar nada. Apenas seguirei me incomodando eternamente com aquele cheiro pesado de pão de queijo que nunca sai da multidão.
Tudo culpa daqueles maltidos trailers e barraquinhas que só cobram um real por um punhado deles.
2 comentários:
Uiii...me tocou a parte da tatuagem..fico mais aliviada pela minha ser um simbolo africano....rs...bj
To revoltada. Pobre é você: na carteira, no cérebro e no coração. Pobre e filha da puta!
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