terça-feira, 24 de novembro de 2009

O pintado

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Ele estava próximo da porta do trem. Camiseta apertadinha, cabelo arrumadinho, sobrancelha feita. Porém, ainda atrapalhando a passagem de quem precisaria sair do meio do vagão em direção à porta.

Já eu, estava sentado, mas já pensando em levantar e me aprontar para descer na próxima estação.

Foi então que eu levantei, desviei da primeira gordinha, encolhi as costas para não esbarrar na mulher que estava atrás de mim e, quando percebi, já era tarde.

Nesta tentativa de não esbarrar na mulher, acabei passando vagarosamente, e até de forma bem sexual, o meu pinto na bunda do cara da frente. Isso, aquele mesmo.

Na hora gelei e fiquei sem reação, inclusive a de me desculpar. Já ele não perdeu tempo em olhar para trás e dar uma conferida na cara do dono do pinto mais gostoso daquele vagão, eu.

A partir dessa situação, passei os próximos 40 segundos dentro do vagão completamente sem jeito e sem saber o que fazer, principalmente porque o cara, depois da pintada, ficava olhando para trás e me encarando a cada 5 segundos, como quem quisesse dizer: vai embrulhar ou vai comer agora?

Sorte que tudo passou muito rápido e em questão de segundos já me encontrava subindo as escadas em direção a minha casa.

Mas que fique pra vocês a lição: passar o pinto na bunda de gay, no metrô de São Paulo, não é uma boa idéia. Eles continuam se apaixonando rápido demais.



Um comentário:

Eli disse...

Um amigo gay me disse uma vez "bicha não tem gosto, tem pressa", então cuidado, rs.