segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Mais um dia, menos um dia


Quanto menos escrevo mais as pessoas vem aqui. Estão todos esperando minha morte, eu sei. E do jeito que me arrisco por aí, nem está tão difícil disso acontecer.
Daqui a pouco vai fazer um ano que o numerólogo me disse “abandone a gandaia”, mas eu, infelizmente, resolvi abandonar ele. Não sou desses movidos por adrenalina ou por gostos particulares. Na verdade, nem sei porque faço o que faço. Acho que é só porque não pode. Se não pode, eu faço. Se está sujo, eu ponho a língua. Se queima, eu jogo mais gasolina. É uma merda.
Se eu fosse de cometer as mesmas loucuras por amor ou por trabalho, estaria rico ou feliz. Duvido que alguém já tenha colocado como senha do cartão de banco a data de aniversário de um grande amor não correspondido. Eu sim. Duvido que alguém guarde até hoje o caderninho de catecismo de uma menina que parecia ser perfeita há 20 anos. Eu sim.
É por isso que às vezes me irrito por tanta paixão não ser direcionada para as coisas certas. Gasto energia demais pra viver histórias que não servem pra muita coisa. Às vezes divertem, às vezes dão um certo status, mas na maioria só dão ressaca. E nem estou falando de bebida. Ressaca de bebida é a coisa mais fácil de curar. Difícil mesmo é conviver com o arrependimento que certas atitudes nos trazem.
Enquanto isso, sigo levando bronca de todos os amigos e por todos os lados. Não que estejam errados ou que eu discorde, mas a verdade dói. E todos parecem neurocirurgiões na hora de apontar minhas fraquezas. E mais que isso, abrem a mesma ferida várias vezes e não deixam meus erros cicatrizarem.
Neste exato momento ainda tô sangrando uns cortes recebidos na semana passada. Todos merecidos, mas será que justos? Até eu que sempre fui nietzchiano e que nunca gostei das pessoas que não aceitam o fato de serem as maiores responsáveis por suas próprias tristezas, hoje repenso a respeito.
Minha sorte é que dificilmente fico triste. Isso geralmente só acontece quando me deixam sozinho num quarto e o meu silêncio passa a gritar palavrões no meu ouvido que ainda funciona.
Mesmo assim, ouvir meus próprios dilúvios ainda é infinitamente mais proveitoso. Vocês até sabem o que dizem, mas só eu sei o que não ouço. E não é pouco.


5 comentários:

Anônimo disse...

E se antes, bem antes, um pedaço de maçã
Hoje quero a fruta inteira
E da fruta tiro a polpa... da puta tiro a roupa
Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro...
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras, das besteiras e das besteiras que fizemos ontem

Unknown disse...

hummm, a máquina produtiva é sempre uma máquina, o que ela quer é que sejamos como ela! a grandeza de alguns é justamente o contrário, a rebeldia de uma boa conversa só traz conflitos a quem provoca, jamais em quem recebe! eu te amo de qualquer jeito. bjim da KK

Anônimo disse...

Um silêncio confortável é o que eu desejo pra vc.
bj,
;o)

Anônimo disse...

Po, espera a morte cansa cara.

Cicatriza ai. Ou para de faze cagada que ninguem joga na cara.

Ou nem, seu blog fica mais divertido assim mesmo.

Abraço

Anônimo disse...

Tsctsc