segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O porteiro (talvez o último capítulo)



...Bom, só sei que já estava muito louco, completamente enmadonnado (possuído pela Madonna) e quando olhei para as pessoas na pista vi uma moça que tinha sido um caso meio maluco na minha vida. Era realmente o cu da coincidência. Eu sozinho num baile de carnaval encontrar aquela pessoa. Tudo bem que ela morava naquela rua e ia sempre, mas vê-la naquele dia acho que foi coisa de deus. Não no sentido de me presentear, mas pelo menos de ter posto alguém pra olhar por mim.

Enfim, você já sabe o que aconteceu: nos reencontramos. Bom, também não teria como ser diferente, o palco da Loca é muito bem localizado e depois de meia dúzia de vodcas a gente só quer amar.

De qualquer forma, fui lá dizer um oi. Acho que nem cheguei a dizer nada. A Loca não é um lugar pra se perder tempo com palavras. Lá, o que vale são gestos, mãos, bocas, essas coisas mais instintivas. E assim foi...Quer dizer, fomos. Onde? Pro dark room, claro. O que é um dark room? Ah, procura na wikipédia...hehehe...Ok, vou explicar meio por cima, mas acho que a maioria já imagina.

Vamos lá: dark room nada mais é que uma sala completamente escura onde você tem permissão para fazer completamente tudo com completamente qualquer pessoa ou coisa que se mexa. Sacou o espírito da coisa? Então, foi aí que entrei com ela.

Mas isso não é tudo. Faltou dizer que o dark room da Loca – a casa mais gay de São Paulo- também é o dark room mais gay da cidade. Estatisticamente falando, acho que posso chutar que a cada 50 pessoas lá dentro, uma é hetera e a outra meio é hetero. Bom, naquele dia tinha um hetero inteiro, eu no caso, e mais uma hetera inteira, ela no caso. Bom, aí fomos lá pra dentro pra se fazer o que adultos (adorei me chamar de adulto) fazem no escuro.

E começamos a nossa putaria super saudável sem enxergar direito as coisas, mas curtindo o momento. Eu já quase dentro dela, ela já quase adentrada por mim. Uma beleza. Até que, de repente, um viadinho qualquer (sem preconceito, claro) acendeu uma espécie de lanterninha lá dentro e nós começamos a enxergar como o mundo pode ser muito pior do que a gente pode imaginar. A cena ao nosso redor era exatamente esta: uns cinco bichas se masturbando em nossa direção. Isso mesmo. Enquanto eu e minha amiga nos pegávamos, os viadinhos estavam todos se masturbando com a nossa “cena de amor”. E o pior: iam ainda todos gozar em cima da gente. Quando vi aquele monte de pintos apontados pra mim, a menos de um metro de distância, me senti correndo risco de vida.

To be continued...


4 comentários:

Mimi disse...

ah, querido, vc não é o primeiro hetero, nem ela a última...
Aconteceu comigo faz uns 15 anos, quando só o Massivão tinha a dark room...

ô saudade!

kkkk

Anônimo disse...

Carlitcho, esta história foi inspirada num fato verídico e eu, no caso, estava presente, não no dark room, é bom esclarecer, lembra? rsrs
bjs

Unknown disse...

mas... onde entra o porteiro na estória? rsrsr é Sandra já protagonizamos algumas dezenas de cenas, hilárias, loucas e nossas!!!beijos na alma Carlinhos, KK.

Anônimo disse...

A Loca é uma balada muito diversificada e praticamente todo mundo que frequenta - lá gosta de mulher e homem portanto concerteza vc deve ter ficado com algum cara lá dentro do dark tb e tá dando uma de preconceituoso e de "não me toque" agora. Isso sim é Hiproquisia pois se vc não se sente bem em um ambiente alternativo não tem porque vc frequentar até mesmo em um dark onde só rola putaria, se vc quer privacidade o ideal é vc ir em um motel e não em um dark tão loko como aquele da loca... passar bem.