quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Feelings, nothing more than feelings


A vida é curiosa. Sempre fui daqueles que carregavam de três a quatro paixões no bolso ao mesmo tempo. Sofria pra caralho, me achava a pessoa mais injustiçada do mundo e etc.

Hoje, mesmo sendo mil vezes mais carente, dez vezes mais interessante e duas vezes mais maduro, não carrego mais nenhuma paixão no bolso. Nenhuma mesmo, ninguém.

O estranho é que agora que sinto gostar muito mais de mim, percebo não gostar mais nada de ninguém. Como se eu me completasse tanto que não arranjasse mais espaço pra uma companhia.

Tudo isso tem me levado a crer que aquele papo de que a gente primeiro tem que se amar pra depois amar os outros é tudo papo furado.

Analisando friamente, sinto que quem se ama hoje em dia não vai mais atrás de gostar ou sofrer por ninguém. Muito menos de ficar se matando pra manter relacionamento falido e sem futuro.

Acho que, de alguma maneira, antigamente as pessoas dependiam mais das outras. A pressão para ser uma pessoa feliz e completa podia não ser tão grande, mas todo mundo sonhava mais em construir uma família idêntica a daqueles comerciais de margarina.

Com tudo isso, agora, o que sinto é até um pouco de pena de mim mesmo, principalmente por não estar mais conseguindo traduzir estes sentimentos, estas mudanças, essas coisas. Por um lado, ainda me sinto super carente de ter um sorriso só pra mim, pra dar risada das minhas palhaçadas. Por outro, quero apenas continuar rodeado de amigos e de rodadas de vodka.

Sinceramente, não sei de mais nada. O que sei é que ter alguém pra dormir de mãos dadas comigo de segunda a sexta seria muito legal. E se ela também fizesse o favor de desaparecer aos sábados seria mais sensacional ainda. Claro que aos olhos de quem está de fora do problema e por fora do que se passa no meu coração, julgar é muito fácil.

Olhando assim, pareço ser só mais um dos milhares de homens machistas que só querem usar as mulheres e depois dispensá-las. Mas não, não sou um deles. Inclusive se a mesma pessoa que quiser dormir comigo de segunda a sexta também quiser ir se matar junto comigo pelas noitadas de sábado, eu aceito. Só não aceito mesmo é andar de mãos dadas. De mãos dadas, já devo ter andado por uns dez anos com a minha mãe e acho que já deu. Foi um tempo suficientemente grande pra perceber que este gesto só deixa um dos dois lados satisfeito. E este lado, infelizmente, nunca foi o meu.



3 comentários:

Anônimo disse...

Você descobriu que tem coisas que não se procura nos outros. E apesar da sensação de solidão ser maior agora, isso não é verdade.
Você não vai deixar de se apaixonar. Mas vai entender que se apaixonou por alguém pra valer quando for capaz de dar sua solidão a ela. Porque a solidão é a última coisa que a gente pode dar de nós mesmos.
E quando essa pessoa chegar, dormir de mãos dadas de segunda a sexta vai ser conseqüência. Bjo gde.

Anônimo disse...

Carlos, vc traduziu neste texto o meu sentimento. Estou EXATAMENTE assim há muiiito tempo. Sou muito feliz sozinha, as pessoas não compreendem isto, mas sou. Por isso, não consigo me apaixonar mais. Me questiono pq as vezes não acho isso normal, depois desencano, tomo uma com meus amigos e tá tudo certo. Adorei te encontrar neste findi. ADOREI!!!
bj
;o)

Anônimo disse...

uau, bom pra ... burro.

acho que hoje só não quer abrir mão da liberdade.

não que precise, como voce mesmo disse, os tempos são outros, a forma de antigamente não é mais tão confortável.

o duro é achar outras pessoas que pensem exatamente como você, e queiram o esmo que você e no momento que você quer.

putz, to comentando de mais hoje, fui!