segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Interior

Um casal de namorados, uma tarde de domingo e um fast food qualquer. Uma experiência que ambos nunca tinham experimentado.
Ninguém sabia, mas era o fim. Nem o Mclanche feliz na mesa conseguiu contornar a situação.
Foi uma conversa difícil, entre duas pessoas que não tinham a menor idéia sobre o que era mexer com sentimentos. Sobre o quanto poderia doer dizer certas verdades um para o outro.
E foi assim que aconteceu. Com vozes embargadas, dúvidas e ressentimentos, as coisas iam sendo ditas e ferradas no peito de cada um. Algumas delas sabidas, outras que só as brigas revelam.
Quem assistia tudo, não entendia nada. No lugar onde todas as crianças estão felizes, havia dois jovens tristes, desiludidos. Dois jovens que descobriram que tinham apostado suas fichas num amor desencontrado.
Depois da lanchonete, a despedida. Não podia ser tão ruim, mas foi. Andar alguns passos junto com uma pessoa querida e em silêncio, transformava insuportável a situação. Estava doendo nos dois. Estava mesmo chegando o fim.
E foi naquela esquina atrás da banca de jornal que o último abraço aconteceu. O abraço mais sentido que já tinham dado. Daqueles que ambos não queriam desfazer pra não demonstrar a emoção, a dor, as lágrimas.
Foram os segundos mais longos de suas vidas. Segundos em que o filme daquele namoro passava em suas cabeças e demonstrava que desta vez não haveria final feliz.
Com poucas palavras, juraram que não deixariam de ser amigos, de se falar, de se respeitar. Depois disso, se encontraram em um último olhar, um último abraço e partiram.
Ela em direção a seu carro, atravessando a rua apressadamente antes daquele
choro mais sentido desabar. Mas ele, ele continua lá até hoje.

7 comentários:

Unknown disse...

já tem um tempinho isso hein?!!! parece que foi ontem...

Eli disse...

Já vivi isso e já vi acontecer com outras pessoas, não é fácil. Bjs

Anônimo disse...

Porque será que a gente sempre ama mais no adeus?

Unknown disse...

"Foi me queimando
em brasa num colchão
e me partiu em tantas pelo chão (...)
Eu fui fechando o tempo, sem chover
Fui fechando os meus olhos pra esquecer"

Anônimo disse...

Adoooorooo essas histórias.
Escrevi sobre algo assim. Aliás, sempre escrevo. E o término é o início de tudo.
Kiss.

Anônimo disse...

acontece... supere isso!!

Anônimo disse...

ela nao voltou ainda?

vai precisar tirar um passaporte?

abraços.