sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Auto-ajuda de ex-bêbado é um porre. Eu sei.



Acabo de tomar uma dose. Calma, foi de Listerine. Calma, eu não bebi. Juro, só fiz um bochecho e cuspi.

Sendo assim, I am sober. Sóbrio e desejando apenas que amanhã não faça muito calor. É pouco, mas é um pedido de alguém sóbrio. Alguém se escondendo atrás de um milhão de máscaras.

É por isso que dizem que não se deve confiar em quem não bebe, pois quem não bebe sempre tem muito mais pra esconder.

Na verdade, também tenho muito pra esconder, mas não tenho muito a perder. Aliás, ninguém tem muito a perder nessa vida.

É tudo uma ilusão idiota. Quando a gente percebe que daqui a pouco nossa vida já passou, nossos valores mudam. Ou melhor, perdem o valor.

Sóbrio ou bêbado todo mundo deveria viver sendo o mais humano possível. O que isso significa? Não sei muito bem, mas acho que é ser o mais fiel possível a toda essa imensidão de sentimentos que vivem correndo em nossas veias a procura de uma saída.

Nesse caso, talvez a bebida seja um dilatador dos vasos dos sentimentos, como se ela facilitasse que as coisas boas ou ruins saíssem da gente pra mexer com o mundo. Afinal, a gente só está aqui pra isso mesmo: pra mudar a direção da natureza.

Fora isso, é tudo bullshit. Beber, não beber; fazer, não fazer; não importa. Nada faz muita diferença se você não conseguir de alguma maneira colocar você fora de você; apresentar de fato que diferença você veio tentar fazer nesse mundo.

Claro que ninguém vai mudar o mundo. E muito menos há alguém interessado em você nessa vida. Mas se todo mundo colocasse pra fora, em qualquer circunstância, aquilo que chamam de amor, talvez todo mundo fosse mais feliz.

Esse negócio de amor ainda está longe de ser desvendado. Porém, a gente não precisa compreender pra sentir o bem que ele pode fazer.

Ser sentimentalista, romântico, apaixonado e expressar-se sempre com o pouco que há de autêntico em você é a única forma de se conectar de verdade com as outras pessoas, com o mundo e consigo mesmo. Nós não passamos de bichos sentimentalistas. E acho isso lindo, porque já que não posso ser imortal, talvez consiga imortalizar alguns momentos.

Não tem jeito. Algumas coisas você só conquista com demonstrações de amor. Amor a qualquer coisa. Não estou falando de homem e mulher. Estou falando da gente se relacionando com as pessoas, com as situações, com o tempo.

Enfim, acho que preciso de mais um bochecho com Listerine. Estou enlouquecendo sem poder repetir aquele gesto de virar o copo. E, jajá, vou enlouquecer você também. Cuidado. kiss



3 comentários:

Anônimo disse...

Se as pessoas enlouquecessem movidas por suas reflexões, boa parcela delas seria mais honesta,mais humana e mais viva. Há coisas no mundo em que o único jeito de ser de verdade é por amor. Como a amizade.Ela não existe, se no fundo, o que a gente exercitar nela não for amor. Torto, esquisito, estranho. Mas amor. Cada um do seu jeito, mas sempre singular.
E por ter lido você, vou agora mesmo buscar meu copo de Listerine pra brindar contigo a amizade e e o estado sóbrio. Você é de verdade demais para precisar de artifícios que externem o que de bonito vai aí por dentro. Tim-tim! Beijo.

Anônimo disse...

Ja sou louca por vc faz tempo. Juliana.

Anônimo disse...

Amar é... rsrs. Lembra?
;o)
bj