Eu, que não tenho nada a ver com isso, não agüento mais. Literalmente não agüento mais ouvir os homens miando no telefone quando conversam com suas namoradas.
É incrível. Toda masculinidade, malandragem e canastrice presentes nos homens, desaparecem completamente quando a namorada liga. E, o pior, eles se transformam numa espécie de gatinho medroso. O tom de voz abaixa, a fala fica meiga, subserviente, submissa, nojenta.
É o fim da raça, é o fim do amor próprio, é o fim. E as mulheres não só dominaram como também fazem questão de humilhar, porque além do vexame de ter que ficar miando publicamente na frente dos amigos ou no ambiente de trabalho, as mulheres de hoje ainda exigem declarações de amor em voz alta. Se não disser um “eu te amo” no fim da ligação em voz alta é briga na certa. Se bem que mulher que pensa assim não é mulher, é planta. Mulheres e homens de verdade não são assim, mas parece que estão em extinção.
O que sobrou foi um arquétipo de mulher que, por ter aprendido a ganhar dinheiro, pensa que manda no mundo. Do outro lado, homens que se dão por satisfeitos apenas por ter uma vagina chata, estúpida e acéfala para enfiar o pinto no sábado à noite depois de levar num restaurante chato.
Sinceramente não entendo mais nada. Será que foi por isso que meu único namoro durou seis meses? Será que eu devia ter miado no telefone? Devia ter aprendido a gostar de comida japonesa? Devia ter levado ela mais na locadora e menos no bar? Sei não.
O que sei é que só não tenho mais raiva do que acontece hoje em dia, porque tenho dó. O estado de idiotice a que chegaram os homens é tão grande que só consigo ter pena. Nunca pensei que uma buceta pudesse valer tanto. E, honestamente, não vale mesmo. Talvez esses homens sofram de alguma síndrome do abandono ou sei lá o que. Normal não é. Não pode ser.
Quanto as mulheres, digo, essas mulheres, elas também não são e nem estão normais. Geralmente são umas neuróticas que, por reconhecerem o tamanho de sua insuportabilidade, também morrem de medo de perder a pessoa amada. A diferença é que elas invertem o jogo e passam a exercer um papel de dominação, onde a constante humilhação do parceiro garante a ela uma certa estabilidade, pois com a auto-estima e a honra abalada um homem não tem forças para reagir. Resultado: miau miau miau, amor amor amor, me desculpa, me desculpa me desculpa.
É por isso que quando falam em fim do mundo e apocalipse a gente nunca deve duvidar. O amor já mudou pra Marte há muito tempo. O respeito só existe na cadeia entre presos e traficantes, e as relações de amizade, cumplicidade e companheirismo ainda existem em alguns livros, mas não por muito tempo. Por muito tempo mesmo, curiosamente, parece que apenas uma coisa sobrevive nesta terra recém-conquistada pelas mulheres: pobres homens gatos.