Quem respira vive. Quem vive ama. Quem ama sofre. E quem respira, vive, ama e sofre há mais tempo tem mais história pra contar.
Eu, por exemplo, tenho uma pilha de casos mal resolvidos pra contar. Já me apaixonei por vizinha, prima, irmã de melhor amigo, por atriz de seriado americano, atriz de novela, por professora, por melhor amiga, por colega de trabalho, por mulher casada, por amiga da minha mãe.... e, curiosamente, acho até que por uma cachorra da família também já fui apaixonado.
Seu nome era Luma de Oliveira. Era uma pastora alemã misturada com husky siberiano, então ela tinha tudo de pastor menos o tom amarelado da parte de baixo. Além disso, era uma cachorra linda, simpática, cheia de energia e super companheira. Aonde eu ia, ela ia atrás, sempre com muita alegria, doida pra brincar.
Aí, em um belo dia a Luma ficou no cio. E aquilo pra mim era novidade, nunca tinha visto uma cadela no cio. Ouvia muito falar, ouvia dizer do sangue, do cuidado pra não deixar qualquer cachorro se aproveitar e etc, mas nunca tinha convivido com isso de perto, dentro de casa.
A princípio não parecia haver nada demais. Ela apenas soltava umas gotinhas de sangue pelo terreno, mas nada demais. Meu maior choque mesmo se deu quando, sem querer, num dia desses, me deparei com a buceta dela. Até então eu nunca poderia imaginar que ocorresse alguma alteração na buceta de uma cadela quando entra no cio, mas acontece. A buceta dela tinha triplicado de tamanho. Tinha se transformado numa coisa estranha, enorme, obscena, e, confesso, tentadora.
Na cabeça de um moleque como eu, aquilo não tinha como não render milhares de elucubrações. Não lembro ao certo minha idade na época, mas eu já devia ser um punheteiro em potencial.
Foi então que a minha paixão pela Luma aumentou consideravelmente. Eu tinha medo, mas morria de vontade. Como seria comer a Luma? Será que eu ia machucar ela? Será que ela ia gostar de ser comida pelo seu dono? Será? Será? Será?
Bom, eu não sabia. Mas isso não diminuía em nada o meu desejo. A buceta da Luma parecia um cachimbo enorme e, pelas minhas contas, meu pinto daria certinho ali dentro. Tão certo que num desses dias decidi colocar a coleira na Luma e levá-la pra dar uma volta pela chácara, pois fundos do terreno havia um bambuzal bem grande e com uma sombra muito gostosa. Então, levei a Luma até lá e amarrei-a num mourão. Eu ainda não sabia direito o que ia fazer, mas já estava fazendo. Quando dei por mim, a cachorra já estava amarrada e eu completamente hipnotizado na buceta dela. Lembro que cheguei até a fazer carinho nela, devo ter conversado alguma coisinha, falado alguma besteira, mas não me permiti nada além disso. Eu queria, mas acabei desistindo. Talvez ainda houvesse um resto de juízo na minha cabeça vazia.
O legal de tudo isso é que além da coleira pra amarrar a Luma eu também tinha levado até o bambuzal uma máquina fotográfica que meu pai tinha acabado de comprar. Era daquelas câmeras profissionais que a gente tinha que saber fazer foco, comprar o filme certo e tal. E, como naquele dia acabei não fazendo amor com a Luma, acabei pelo menos registrando aquele momento pra sempre.
A fotografia da Luma no cio, amarrada e olhando pra mim existe até hoje num dos álbuns de fotografia da chácara. E eu, de um jeito ou de outro, também continuo por aqui até hoje guardando cada pedacinho de vida que pude fotografar ou não. Às vezes com a câmera dos meus olhos, às vezes com o olho do meu cu, às vezes com o filme do meu coração.
Viva a Luma, a fêmea mais inteligente que já conheci.
4 comentários:
affe total pra você Carlinhos, tive até medo de ler até o final, e que medo!rsrsrsrsr puta merda!
Tese: Romantismo
Antítese: Naturalismo
Síntese: um pornô piegas,
com sentimento e idealismo
Bora colocar o Almodóvar pra registrar essa querelas!
porra Nelson, essa provocou, vou tirar a Mel de perto, rs.. lindeza!!!
Só pra registrar, a Lua, minha cachorrinha, está no cio. Fique longe dela!!!!
;o)
bj
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