segunda-feira, 14 de julho de 2008

Não leia, morra

Dizem pra eu parar de beber, não usar drogas, arrumar uma namorada, tomar juízo... E assim por diante infinitamente. Mas ninguém diz seja feliz.

Estranho isso. Claro que tá todo mundo querendo o meu bem, mas é um bem meio comum, medroso, recatado, previsível. Não cabe muito pra mim.

As pessoas têm medo que eu morra. E, pra ser sincero, também tenho medo de morrer. Mas viver tomando tanto cuidado assim é como estar morto.

Sei lá, eu desejo que vocês morram. Morram de alegria, de tristeza, de overdose de qualquer coisa, mas experimentem morrer.

Sei que a nossa vida não pode ser levada como um filme e que há uma realidade muito dura esperando por nós, mas e daí? Passa tudo tão rápido que nem teremos tempo pra se arrepender.

Mesmo assim, não sigam conselho nenhum que venha de mim. Mas também não reclamem depois de ter uma vidinha daquelas que você já sabe eternamente onde vai passar o natal e do lado de quem vai se sentar pra ceia.

Eu prefiro ser um engano. Não é fácil. Dói, machuca, arranca até sangue, mas é absolutamente a única coisa que sinto que tenho e que podemos ter: alguns instantes de amor e diversão junto com as pessoas que a gente ama.

Deus deve rebolar mil vezes mais do que eu. E tudo o que eu bebo também foi ele que inventou. O cara criou tudo, por favor, vamos experimentar. Não sejam tão mesquinhos, é tudo de vocês também.

Combinemos assim: de segunda a sexta a gente continua enganando todo mundo fazendo cara de gente séria. Nó sábado a gente ama bastante. Ama qualquer coisa; líquido, sólido, vivo ou morto. Entrega-se a qualquer paixão. Aí, no domingo a gente agüenta firme a ressaca moral e todo aquele arrependimento que bate por sermos tão incompetentes a ponto de não conseguir sorrir do mesmo jeito de segunda a sexta.

Enfim, é isso. Foda-se o mundo. Protejam as crianças e não esqueçam de me convidar pra festa. Eu até queria ser feliz do jeito que vocês imaginam ser o ideal, mas por enquanto só sei viver. Lamento.


6 comentários:

Anônimo disse...

Ninguém nunca te disse? rsrsrs
Então eu vou te dizer:Seja feliz!!!!
rsrsrs
Gosto de vir aqui,voce escreve bem e é tudo verdade,não é pretensioso (como tem uns por aí que acham que já nasceram sabendo tudo,aff!),enfim esse cantinho aqui é muito legal!
bjos xD

Anônimo disse...

Eu sou feliz mesmo tendo uma vidinha medíocre e com algumas frustrações no currículo.
Apesar disso, tenho um furacão aqui dentro e adoro quando ele passa.

Unknown disse...

pois é, só quem andou com a gente sabe do que somos capazes... apesar que andamos pouco: me lembro do dia que fomos pra Vila e não sei como, acho um boa noite cinderela e não conseguia falar, vcs me lavaram pra casa e vc começou a pegar nos meus peitos, vc cantou até a minha casa uma canção de Moacir Franco e dizia sem parar; liga não que eu sempre quis fazer isso!!! o Klé só ria, puta merda... meu querido amor, ninguém quer a felicidade de ninguém, salvo poucos, repito a felicidade incomoda! vc não precisa de desjos de felicidade, vc a conhece a cada vez que se desliga do corpo... beijos na alma

Anônimo disse...

Morro - de saudade de quando estávamos todos por aqui. Ainda bem que morremos juntos de vez em quando.
;o)
bj

Flavia Krauss disse...

Putz, vc manda bem pra caralho, mas medíocre e previsível é esse seu plano de ser imbecil a semana inteira pra poder chegar no fim de semana: CARLOS FORA, COCA, COLA, GAMA, GOZA. Ninguém é feliz com a cabeça, a alegria não se pensa. Bora pensar com o pé, com a mão. A felicidade a gente sente no corpo e só com o corpo, de domingo a domingo, sem ressaca moral. "Felicidade não precisa de culpa (...) é a temperatura da febre que eu sinto" Felicidade é o Carlos ocupado no Matrix em semi-véspera de Natal. É vc, e pode ser todo dia, não precisa de ninguém te desejando isso, já taí. Se o mundo não se foder, quem se fode é vc (se bem que "se fuder é bão também"). De resto, vc e esse blog são uma delícia. Beijo de bem longe!

Anônimo disse...

é, boa politica...