Se saudade matasse vocês já estariam mortos. Porque eu não sinto saudade. Eu não existo. A única coisa concreta que existe em mim são as latas de alumínio que a minha mão pode segurar.
Mesmo assim estou feliz, pois de segunda a sexta elogiam o meu arroz. Não é a mesma coisa de dar um beijo na boca ou abraçar um amigo, mas tem sido confortante.
Sabe, trocar mulher por cerveja não chega a ser um péssimo negócio, mas tem horas que as latas simplesmente não me respondem nada, são muito frias pra mim.
Por outro lado, elas também nunca me perguntam as coisas que não quero responder. E isso é ótimo. Tão bom que nem sei mais de que lado eu fico.Já sei: de nenhum.
Acabo de ver um filme, mas não vou contar também. Vocês nunca vão encontrar para alugar mesmo. Perda de tempo.
Vou agora fazer aquilo que o cazuza dizia: fechar e abrir a geladeira a noite inteira. Mas não é só pela bebida, é pela angústia. Sei lá, bêbado ou não sempre tenho uma angústia.
Aquele maldito numerólogo tinha razão: nunca vou me enquadrar. Mas antes de perder o juízo preciso esperar meus pais morrerem em paz. Eles não merecem o desgosto de descobrir que o filho deles, criado com tanta mordomia, simplesmente não se enquadra.
Mesmo assim, volto a reiterar: estou feliz. Todo este sofrimento só tem feito me sentir mais vivo. Sinto até vontade de viver de vez em quando. Não é incrível?
Meu único problema é que aqui não tenho autorização para amar. Meu cérebro não me concebe uma freqüência compatível com as moças desta região. Eu simplesmente não me atraio por ninguém. Só pelas minhas amigas mesmo.
Até porque elas são um tesão de gente. Me tratam muito bem. Fazem tudo por mim. Quer dizer, quase tudo. Ainda não tive favor sexual de nenhuma.
E pra quem não acredita em amizade entre homem e mulher, eu grito: existe sim, porra. Claro que sempre rola de uma das partes um interessezinho sexual e etc. Mas nada que um chipanzé também não sinta por uma fêmea da mesma espécie. Eu desejo mesmo todas minhas amigas, comeria todas. Até porque só tenho amigas lindas em todas as cidades do mundo. Muitas não conheço ainda, mas tenho certeza que as tenho.
E o mais legal é que quando elas me vêem elas sorriem. Nossa, isso faz toda a diferença. Na minha opinião, sorriso de mulher deveria virar remédio. Melhor, deveria virar genérico, com até 70% de desconto em qualquer drogaria.
E depois a gente ainda enfia o pinto nessas bocas que sorriem tão lindamente. Que pecado. E eu nem comecei a falar de cu. Pretendo fazer isso lá pra linha 78 deste texto. Te espero lá.
Na verdade, espero nada. Só estava perdendo meu tempo aqui porque realmente não tenho mais nada interessante pra fazer bêbado a uma hora dessas. Poderia me masturbar, mas não quero. Poderia ligar para algum de vocês e fazer aquelas surpresas de bêbado, mas é melhor evitar.
Se vocês quisessem falar comigo já teriam ligado. Tenho dois celulares seus filhos da puta!!!! Tô brincando. Quem me conhece sabe que odeio telefone. Gosto mesmo é dessa coisa subentendida. Vocês sabem que eu amo vocês mais que a mim mesmo e eu suponho que alguns de vocês também gostem de mim. Isso pra mim é o suficiente, juro.
Bom, acho que não há hora melhor para parar de escrever do que agora. Acabo até de cumprir aquele velho ritual de bêbado: sair dizendo que ama todo mundo. Pois é, infelizmente sou uma pessoa muito comum. Tão comum que acabo de colocar os meus fones de ouvido no saco só para os meus futuros filhos já irem conhecendo o meu gosto musical. Boa noite. kiss
4 comentários:
Rsrsrs...seus textos são hilários,mas o que mais me chamou atenção neste blog,foram seus poemas,gostei muito viu? xD
Este texto é tão você que dá até pra sentir teu cheiro... saudade seu puto!
;o)
bj
po, ainda bem que eu nao sinto cheiro aqui.
isso, té.
ô meu pai, vc não presta eu não presto , ninguém presta....aí Carlinhos, eu quis te beijar vc não deixou, homem elegante... e qto ao telefonema saibam: quando liguei pra desejar feliz aniversário a cara simplesmente responde, pode falar mais baixo, vc está gritando(ninguém merece)rsrsrsrs eu te amo vc sabe disso!!! beijos na alma
Postar um comentário